terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Um carta do coração

Agora que a solidão me ataca não sei o que fazer. Perdi o céu e a terra, por isso não sei que rumo tomar. Estou completamente perdido. Não tenho nada que me prenda a este lugar, a esta terra desconhecida, em que cada canto e recanto me faz procurar pela tua presença. Talvez seja o cruel destino que esteja a tentar cortar o laço que nos une, mas será mesmo possível, ou será apenas uma forma de nos fazer derramar lágrimas, essas tão cruéis que são capazes de destruir o coração mais voraz.
Porquê? Por que é que a vida insiste em me magoar e me deixar no desespero? Quando estavas ao meu lado eu possuía o sol e a lua… Continha tudo com que alguma alma pode sonhar. Nunca me tinha sentido tão feliz, nunca me tinha sentido tão completo, nunca que me tinha sentido tão vivo e sobretudo nunca me tinha sentido tão amado.
E agora? Agora não tenho nada… Vivo numa escuridão completa que me traz a solidão. Numa dor que supera a própria dor e que opera constantemente contra mim…
Pensando bem ainda continuo a ter a coisa que mais importância tem para mim, o teu amor.
Talvez escrever me faça sentir ligeiramente melhor. Talvez dizer-te como me sinto me faça realmente bem. Mas ao fazê-lo eu tenho a consciência de que estou a ser egoísta, estou apenas a pensar em mim, e não é essa a minha intenção. Eu quero o tua felicidade acima de tudo o resto.
Deixei-te sozinha e desolada, mas ambos sabemos que era inevitável, por muito que tentasse enganar este destino, eu não tinha a força suficiente para o fazer. Estás a sofrer só e unicamente por minha causa. A culpa é inteiramente minha…
O meu maior desejo era poder estar aí... Era poder abraçar-te, envolver-te nos meus braços e sentir-te. E eu sei que não são estas palavras que te vão deixar melhor, pois a única coisa que restaurava os nossos mundos caídos e destruídos seria a presença.
 Agora sei o que é sentir um vazio, sei o que e sentir o mundo a cair por completo e não conseguirmos lutar contra essa queda. Neste momento sou alguém insignificante nesta cidade imensa. Todos os dias observo através da vidraça fria vultos a passar infinitamente nas ruas, envoltos nas suas vidas, nos seus próprios problemas e imagino sempre poder encontrar-te lá no meio e retornar à minha felicidade. E todos os dias me sinto pior… Tal desejo não se concretiza. Sinto que este lugar não está definitivamente desenhado para mim. Talvez estivesse para nós.
Talvez ainda não te tenha dito isto, talvez porque sempre pensei que o soubesses, talvez por estar aqui agora e pensar que ficou tanta coisa por dizer… Mas sabes o que me chamou a atenção quando te vi pela primeira vez? Foi o teu sorriso que se delineava nos teus lábios e os teus olhos que resplandeceram no meio de uma infinidade. Muitas vezes dou comigo a relembrar esse momento.
De uma grande amizade surgiu o amor que nunca na vida se vai apagar da minha memória.
Deixar-te longe de mim está a tornar-se na minha morte lenta… Dia após dia, hora após hora, minuto após minuto.
Mas eu tenho que manter a esperança viva dentro de mim, porque neste momento eu dava tudo para te olhar nos olhos e dizer que te amo.
A vida não é feita de possibilidades, mas sim feita de certezas e decisões, mas talvez haja fases que não sejam totalmente preto no branco, nem branco no preto, situações que tudo nos pode parecer uma mistura, mas são elas que nos fazem construir o nosso caminho e é por essa razão que eu vou continuar a lutar para ficar contigo, para sempre.

Esta carta não foi escrita por mim, mas sim para mim, de uma pessoa que é muito, muito importante para mim

20 comentários:

  1. Obrigada querida.
    Eu é que não percebo muito dessas coisas do seguir porque gostava que as pessoas lessem.
    Beijinhos Matilde :)

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  2. É tão bom termos alguem que escreva algo para nós.
    Tá mesmo bonito (:

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  3. Parabens Matilde, gosto muito do teu blog e estou a seguir...
    Quem escreveu esta carta gosta muito de ti e escreve muito bem. Gostei muito dela.

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  4. Linda Carta :)
    Uma carta é talvez dos "presentes" mais simples e mais especiais que podemos receber... pelo menos na minha opinião. Preferia mil vezes uma carta que outro bem-material qualquer!! Linda mesmo!
    Obrigada pelo comentário Matilde!! Beijinhos*

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  5. De nada :)
    Tambem admiro muito a forma como ele escreve.
    E tambem a forma da Margarida Rebelo Pinto escrever :)
    Bj

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  6. obrigada :)
    e desculpa por teres tentado sem conseguir ir ao meu blog, por ter mudado o link!

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  7. não podia concordar mais com as tuas palavras!
    um mega obrigada :)

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  8. ta simplesmente linda a carta... Uma carta vinda das pessoas que amamos é sempre um presente que nos faz sorrir durante muito tempo...alegra o nosso dia...e o nosso coração... ;)
    bjnh

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  9. Ah, querida Matilde, vim para lhe agradecer pela visita lá no meu blog e daí aproveiteipara ler este encanto seu! Olha, adorei viu?

    São palavrasmuito românticas, puras e sinceras, uma carta - e m o c i o n a n t e - :D ta linda .

    beiijo :P

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  10. obrigada matilde, és incansável :')

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  11. menina como tu escreve beeem...amei o texto..inspirador, ótimo para uma segunda-feira msm..^^


    Flor, passa lá no Teen.Tação, o resultado do sorteio já saiu...
    Bjooos

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  12. Ainda bem que gostas.te minha querida :)
    Acredita, esquecer alguém é muito mais dificil de que começar a gostar :)
    BeijinhosS

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  13. obrigada, obrigada, obrigada!
    dizes sempre aquilo que sinto apenas lendo os meus textos..
    beijinhos.

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  14. Leio esta carta sempre que venho aqui, parece obrigação, tão linda :)

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